domingo, 18 de março de 2012

Verdadeira Piedade na Liturgia - Rev. Maurício Amazonas, OSE

E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor vosso Deus; porque Ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em benignidade, e se arrepende do mal (Joel 2.13).

Já se disse que o resumo da História da Revelação é o relato de como Deus busca os seus filhos e filhas. Isso está absolutamente correto e é o contrário do senso comum sobre religião: o ser humano em busca de agradar à divindade. Deus está no início, no centro e no final da decisão de salvar os Seus eleitos. É isso que se depreende na leitura do monoteísmo, cujo grande articulador de sua doutrina é Moisés, passando pelos profetas do Antigo Testamento, chegando até Jesus Cristo e o grande sistematizador das principais doutrinas do Novo Testamento, o Apóstolo São Paulo. A salvação é pela graça, desde os dias de Adão, até o último dia da história humana. Todo sacrifício humano se apresenta inútil para agradar a Deus ou comprar a nossa salvação.

Mas poderá alguém dizer: “Ora, se a salvação é pela graça, por que se pede que eu faça oração, jejum e doação, no período da Quaresma?”. Respondemos que estas são as principais disciplinas da Quaresma, mas que devem ser vividas durante toda a vida. Sobre elas, John Stott diz o seguinte: “Esse trio expressa nossa obrigação para com Deus (oração), os outros (doação) e conosco (jejum)”. E Jesus não suspendeu essas disciplinas já existentes no seu tempo. Pelo contrário, Ele as reforçou e mandou que Seus discípulos as praticassem de modo diferente dos fariseus, que gostavam de orar no meio da rua, dar esmolas na frente das pessoas e jejum com aparência desleixada.

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